Sou Matinta
Feiticeira, renegada
Me nomearam mulher
Casta cuspida e maltratada
Ao nascer fui castigada
Me lançaram à maldição
Pois nasci com uma boceta
É um crime sem perdão
À noite o homem teme
Meu assobio de rasga-mortalha
Mas de dia me bate e me estupra
Só me quer sem vida e calada
Em andanças descobri
Que outras iguais a mim existem
De igual força, igual coragem
E Ao teu império resistem
Te prepara, homem, já
Estamos juntas a nos erguer
Toda noite e todo dia
Nossa voz tu vais temer
Vamos unidas lutar
Teu império derrubar
Somos mulheres, somos guerreiras
Juntas somos Matintas Pereras.
♀ Poema dedicado à Coletiva Feminista Radical Matinta.
Autoria: Ana Paula Vasconcelos
Colaboração, revisão e edição da amada Tobleronne.
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